Texto em português:
Terra,
exulta de alegria,
louva
teu pastor e guia
com
teus hinos, tua voz!
Tanto
possas, tanto ouses,
em
louvá-lo não repouses:
sempre
excede o teu louvor!
Hoje
a Igreja te convida:
ao
pão vivo que dá vida
vem
com ela celebrar!
Este
pão que o mundo creia!
por
Jesus, na santa ceia,
foi
entregue aos que escolheu.
Nosso
júbilo cantemos,
nosso
amor manifestemos,
pois
transborda o coração!
Quão
solene a festa, o dia,
que
da Santa Eucaristia
nos
recorda a instituição!
Novo
Rei e nova mesa,
nova
Páscoa e realeza,
foi-se
a Páscoa dos judeus.
Era
sombra o antigo povo,
o
que é velho cede ao novo:
foge
a noite chega a luz.
O
que o Cristo fez na ceia,
manda
à Igreja que o rodeia
repeti-lo
até voltar.
Seu
preceito conhecemos:
pão
e vinho consagremos
para
nossa salvação.
Faz-se
carne o pão de trigo,
faz-se
sangue o vinho amigo:
deve-o
crer todo cristão.
Se
não vês nem compreendes,
gosto
e vista tu transcendes,
elevado
pela fé.
Pão
e vinho, eis o que vemos;
mas
ao Cristo é que nós temos
em
tão ínfimos sinais...
Alimento
verdadeiro,
permanece
o Cristo inteiro
quer
no vinho, quer no pão.
É
por todos recebido,
não
em parte ou dividido,
pois
inteiro é que se dá!
Um
ou mil comungam dele,
tanto
este quanto aquele:
multiplica-se
o Senhor.
Dá-se
ao bom como ao perverso,
mas
o efeito é bem diverso:
vida
e morte traz em si...
Pensa
bem: igual comida,
se
ao que é bom enche de vida,
traz
a morte para o mau.
Eis
a hóstia dividida...
Quem
hesita, quem duvida?
Como
é toda o autor da vida,
a
partícula também.
Jesus
não é atingido:
o
sinal que é partido;
mas
não é diminuído,
nem
se muda o que contém.
Eis
o pão que os anjos comem
transformado
em pão do homem;
só
os filhos o consomem:
não
será lançado aos cães!
Em
sinais prefigurado,
por
Abraão foi imolado,
no
cordeiro aos pais foi dado,
no
deserto foi maná...
Bom
Pastor, pão de verdade,
piedade,
ó Jesus, piedade,
conservai-nos
na unidade,
extingui
nossa orfandade,
transportai-nos
para o Pai!
Aos
mortais dando comida,
dais
também o pão da vida;
que
a família assim nutrida
seja
um dia reunida
aos
convivas lá do céu!
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Sequência
Mas, o que é mesmo uma Sequência?
Nas festas da Páscoa, Pentecostes, Corpus Christi e Nossa Senhora das Dores, o missal romano prevê para, logo após a segunda leitura da Missa, um hino chamado “sequência”.
A
origem da “sequência” está ligada a um costume medieval de acrescentar à
vogal final do aleluia solene – antes da proclamação do
Evangelho – uma série de notas quie se desdobravam num longo vocaliza
chamado por muitos de “jubilus do Aleluia” ou “sequência”. Essa
jubilação aleluiática, com o passar do tempo, atingiu um grau de
complexidade técnica tão elevado, que somente profissionais do
canto (solistas, coros...) poderiam executá-la. Numa tentativa de
favorecer a participação do povo, ao longo dos séculos, foram introduzidos
textos sob o “jubilus” do aleluia. Estes, aos poucos, foram
ampliados e ajustados com um formato de extensos hinos chamados “sequência”.
A
“sequência” é um hino que canta loas – de forma lírica e expressiva –
sobre determinado tema da devoção cristã. Esse gênero musical surgiu por volta do século IX. Sua popularidade foi tamanha que, dois séculos depois, já havia um número aproximado de 5000“sequências”. Praticamente, para cada festa ou outra circunstância, existia uma “sequência” própria.
O papa Pìo V (século XVI) conservou no seu missal somente cinco “sequências”, a saber: Victmae paschalli laudes (Páscoa); “Veni Sancte Spiritus” (Pentecostes); Lauda Sion Savatorem (Corpus Christi); Stabat Mater Dolorosa (N. Sra. Das Dors); Dies Irae
(Missa dos fiéis defuntos).
O
missal romano pós- VaticanoII deixou de fora a Dies irae e manteve as
outras quatro “sequências”. Porém são de uso obrigatório apenas duas: a da Páscoa e a de Pentecostes.
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Texto extraído do livro: Cantando a Missa e o Ofício Divino, Joaquim Fosneca, OFM. Ed. Paulus.